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Coração de Metal – Parte – 2/3

coracaodemetal1– Você está louco! Não vamos conseguir – comentou Jorge.

– Fale baixo! – Sussurrou Julian, discretamente olhando para os lados.

– Você enlouqueceu? Como pretende ter sucesso com isso? – perguntou o imediato, agora em voz baixa.

Julian baixou a cabeça e disse:

– Você não entende? Alguém tem que fazer alguma coisa. A hora é esta, o local é este e esse alguém, somos nós!

– Más Julian… – começou Jorge, mas foi interrompido.

– Você tem que entender – disse Julian controlando-se. – Minha família, meu mundo está em perigo.

Desta vez Jorge é que interrompeu.

– Mesmo se eu ajudar não adiantara nada. Você não poderá enganar seus homens por muito tempo. Eles perceberão e quando isso acontecer, é corte marcial para nós dois.

– Você não entende. Eu não sou o único de Dione nesta nave. Escolhi cuidadosamente minha tripulação. Estou certo da ajuda de vários oficiais. Você tem que me ajudar.

Eram treze horas e trinta minutos exatos quando Julian deu a ordem que tirou o descomunal artefato do fosso. Horário da base de controle de trafego espacial antártica. Os foguetes que tornavam possível manobrar a nave eram tão grandes que ao serem ativados provocaram uma onda de choque que se espalhou por quilômetros abaixo da superfície atingindo o magma e provocando abalos num raio de sessenta quilômetros. O processo de decolagem levou cerca de três horas e finalmente aquele maravilhoso fruto da engenharia humana estava em órbita.

– Julian! – chamou o imediato – A base antártica pede confirmação pessoal de nossa rota.

– Comunicação! Contato visual – ordenou o capitão. Aguardou uns poucos instantes, que aproveitou para armar-se de um escudo emocional, e então o contato foi estabelecido.

– O que significa esta intromissão nos procedimentos rotineiros? – perguntou com indignação.

– Desculpe capitão, ordens diretas do comando central Andino: Controle absoluto, prioridade um.

– Esta tudo bem – falou com indiferença e continuou:

– Com uma coisa destas nas mãos ninguém é digno de confiança não é? – Ao que não obteve resposta. Então prosseguiu:

– A rota estabelecida está confirmada pessoalmente por mim. Identifico-me como Julian Kraff capitão do cruzador espacial Soyus.

– Posicione-se para exame da retina por favor – pediu muito educadamente a moça do outro lado do transmissor.

Ele olhou fixamente para uma lente abaixo da tela de recepção pelos segundos necessários para a confirmação de sua identidade que não deixaria sombra de duvida. Nesse instante surgiu em sua mente a duvida: Seria aquela a melhor forma de ajudar? Não havia mais tempo para pensar, neste momento Jorge, que como Julian nunca duvidara, concordara em ajuda-lo estava recrutando os sete oficiais que ele indicara. Tarde demais para parar.

Jorge concordou em ajuda-lo mesmo não tendo nenhum interesse pessoal na colônia de Dione. Ambos, em uma reunião com os oficiais na cabina do comandante, relataram os fatos e convenceram os oficiais a aliarem-se, naquela que seria a última empreitada da carreira de cada um.

– Não achou estranho? – perguntou o imediato, quando este se encontrava novamente a sós com o Kraff.

– Estanho, o quê?

– Foi muito fácil. Ninguém se preocupou com a carreira que estarão jogando na lixeira, ninguém ponderou outras linhas de ação…

– Eu disse que escolhi com muito cuidado meus tripulantes – contrapôs Julian.

– Pode ser, mas vou ficar de olho.

******

– Eu não posso acreditar pai – queixou-se a garota entre lágrimas. Dois dias haviam se passado antes que o pai tivesse tempo de vê-la.

– Como imagina que chagamos aonde estamos? Das minas de irídio de Io ao topo da maior organização que a humanidade já conheceu?

– Mas pai…

– Nossa organização é que mantém a humanidade – interrompeu o Sr. Cadorin. – Sem nós e os mantimentos que transportamos trilhões de pessoas morreriam. Dez milhões, são nada se comparados com o bem que faremos ao restante do povo.

– Vinte!

– O quê?

– São vinte milhões que vivem lá – explicou a filha do todo poderoso do Pacto, Josep Cadorin, sem levantar a cabeça, soluçando.

******

Dois dias passarem-se a bordo do cruzador Soyus em aparente normalidade, mas na escuridão, alguém conspirava e veio então a delação.

– Capitão! Um chamado do controle em seu canal privado – avisou o oficial de comunicações, fazendo um sinal para que Julian atendesse em sua cabina.

O comandante entendeu a preocupação de sue aliado e foi para a cabina.

– Kraff, falando – iniciou.

– O que diabos pensa estar fazendo? Seu fedelho idiota! – quem esbravejava do outro lado era o Almirante Luneiev, que parecia estar soltando fogo pelas narinas.

– Almirante! – reconheceu Julian, fazendo continência.

– Por que ainda me faz mesuras se está contra mim? – quis saber aquele que um dia fora o maior inspirador do capitão.

– Senhor. Eu não estou contra o senhor ou quem quer que seja. Eu sou a favor da vida. Vida que está sendo deixada em segundo plano pelos poderes econômicos e políticos envolvidos.

– Bobagem! – falou com desprezo o Almirante. – Você está roubando nossa chance de mudar tudo isso e vai entregar o queijo aos ratos. Quanto vai levar?

– Sei que me conhece o bastante para saber que eu não faria isso por dinheiro ou poder – retrucou Julian, tentando manter a calma.

– Então, conte-me o que pretende – ordenou o velho.

A discussão entre o Almirante e o jovem capitão durou mais de duas horas em que Julian passou todas as informações que tinha e quais eram seus planos ao velho.

– Muito bem… – começou o Luneiev pensativo, olhando para baixo, passando a mão no queixo alisando uma barba rala e grisalha. – Admito que seu plano tem pontos positivos, mas é muito perigoso entregar-mos a Soyus ao inimigo. E se seu plano falhar? Nossas esperanças estarão perdidas para sempre. Não temos mais dinheiro para um empreendimento como esse.

– Não falharei senhor – interveio Julian muito animado em ver que seu Almirante entendera seus motivos e ao que parecia o estaria apoiando.

– Mesmo assim. Para o caso de falhar, faça as alterações que constam dos planos que estou lhe enviando, nos sistemas da nave. Quando tudo acabar derretemos os reatores desse colosso. Sem chances de recuperação.

O jovem ficou apreensivo. Estaria o Almirante realmente do seu lado, ou os planos que lhe passara seriam uma armadilha.

– Por que está me ajudando? – arriscou.

– Sou de Dione, como você! – respondeu o velho Almirante enquanto sua imagem sumia do receptor de Julian.

******

A sala estava escura. Não queria arriscar-se acendendo as luzes. Sabia que se o pai a pegasse bisbilhotando por ali, teria muitas explicações a dar e isso não fazia parte de seus planos para o momento.

Sob a luz de uma pequena lanterna, ela revisava papeis e mais papeis. Procurava por uma pista, por coordenadas, por mensagens cifradas.

Vários minutos passarem até que encontrou uma anotação com uma seqüência de números. Era aquela. Tinha que ser, pois ouviu os passo de alguém se aproximando e teve que se esconder.

De dentro do banheiro, único lugar onde pode pensar em esconder-se, viu o sujeito que dias antes fazia relatórios a seu pai e aos outros senhores do Pacto. Desta vez, o homem caminhava sorrateiramente e invadiu a sala de seu pai, ao que parecia com as mesmas intenções que ela. Vasculhava tudo rapidamente, tomando cuidado para não fazer barulho e recolocar tudo nos seus devidos lugare
s. Ela não teve dificuldades para concluir o que isso significava. O Pacto estava sendo violado e alguém estava tentando roubar as informações que seu pai possuía. Sabia que correria grandes riscos pelo que estava fazendo, mas não podia ficar de braços cruzados enquanto seu pai condenava vinte milhões de pessoas a morte.

*****

Era chegada a hora. Entraram em órbita estacionária, próximos a Deimos. Desembarcaram grande parte da tripulação que nem mesmo entendeu o que estava se passando com exceção de um, o oficial de maquinas que fora o autor da denuncia que veio mostrar-se bastante favorável a Kraff. Mais tripulantes foram recrutados, dentre os homens e mulheres em que cada um dos oficiais achou que poderia confiar e destes, poucos se recusaram a colaborar.

De Deimos ao cinturão de asteróides a viagem correu sem problemas. Quando chegaram as fronteiras do cinturão, a Soyus foi interceptada por uma esquadra de naves “comercias” do Pacto e, após longas conversações e uma abordagem sem resistência, escoltada até uma base insólita em meio às rochas flutuantes.

O Jovem Capitão foi recebido com desconfiança, a princípio, porém quando os membros do Pacto analisaram o presente que ele lhes ofertara em prova de lealdade logo o acolheram como um dos sues.

Julian tinha pressa. Não sabia a que distância estaria o cometa e ninguém mencionava o assunto. Teriam caído num blefe? Agora, ele agradecia por ter confiado no Almirante e feito aquelas modificações no cruzador. Caso tudo não passasse de uma cartada do Pacto, acabariam por se arrepender amargamente.

Em uma recepção oferecida pelo Capo, denominação dada, informalmente, ao presidente do Pacto, Julian foi apresentado à linda filha do empresário, Bárbara. Trocaram olhares. Conversaram sobre muitas coisas. Quando o rapaz mencionou que era de Dione a garota mudou. Mesmo sem conhece-la bem Julian percebeu.

– O que houve? – perguntou. – Foi alguma coisa que eu disse?

– Não. Está tudo bem – respondeu a garota pensativa.

Depois de alguns segundos, perdida em seus pensamentos falou:

– Como você entrou para o Pacto? Quero dizer: Se você era um oficial da federação?

– Bem, eu… – ele não sabia o que responder. – Tive problemas com o comando.

Ele ficou inquieto com a pergunta dela e percebeu que ela estava inquieta também, como alguém que tem algo a dizer.

– Tem alguma coisa incomodando você? – insistiu.

– Tem! – respondeu, Bárbara, com os olhos marejados.

– O que está havendo. Confie em mim.

Ela não sabia se devia, ou não, mas o fato é que falou. Falou como se tivesse reencontrado um valho amigo. Contou tudo o que sabia e passou a Julian um pedacinho de papel, que este guardou discretamente num bolso em seu traje de gala de uma azul quase negro.

Nesse momento o Sr. Cadorin se aproximou e perguntou severo:

– O que está havendo?

– N… Nada Papai. Acho que exagerei um pouquinho no licor. Só isso. O senhor Kraff estava me ajudando a entrar. Vou me recolher.

– Já é hora. Senhor Kraff… – fez uma reverencia olhando severamente nos olhos do rapaz e voltou para a beira da piscina de sua fortaleza em estilo medieval, construída sob uma redoma de puro berquélio transparente, o que deixava a vista um céu impressionante acima das cabeças de seus convidados.

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MigX

Engenheiro, funcionário público, metido a escritor e ilustrador... Publicou na Quark, Scarium e e-nigma. Membro fundador da Oficina de Escritores, vem tentando sua própria jornada do herói na vida, e a viagem do escritor, nos blogs e na OE.

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