Um Futuro a Defender – Episódio 6.
Capítulos anteriores:
Um Futuro a Defender – Episódio 1
Um Futuro a Defender – Episódio 2
Um Futuro a Defender – Episódio 3
Um Futuro a Defender – Episódio 4
Um Futuro a Defender – Episódio 5
Então…
Já estavam em órbita em torno do terceiro planeta a trinta e seis horas e nenhuma nova transmissão fora captada. A telemetria mostrava um planeta muito parecido nas regiões próximas ao equador, com o continente gelado da Terra conhecido como Antártida.
Em essência o planeta era uma copia do planeta Terra. Seu tamanho um tanto menor que o desta era contrabalançado pela densidade um tanto maior. Isso possibilitava que o planeta tivesse uma atração gravitacional tão próxima a da Terra, ou 1G que é padrão observado pelas naves da confederação, que um homem em sua superfície não seria capaz de notar a diferença. Possuía água em grande quantidade em sua maior parte congelada. A água que não estava congelada concentrava-se em dois pequenos mares no hemisfério sul do planeta bem próximos a linha do equador, estes estavam ligados por um estreito canal. A atmosfera do planeta possuía um teor de oxigênio acima das especificações de segurança e nenhum gás venenoso. Estavam diante do planeta, em estado natural, mais parecido com a Terra mãe que já fora encontrado em toda a história da humanidade.
Poderia, este planeta, ter desenvolvido a vida? Poderia esta vida ter chegado a inteligência? Praticamente impossível! Poderia sim é ser o lar de alguma civilização surgida em outro mundo e que posteriormente por motivos diversos tivesse migrado para este planeta. Poderia ser um posto avançado de vigília. Poderia ser… Esta discussão absorvera profundamente o comandante e seu mais recente amigo ocupando todo o tempo que tinham disponível, que não era muito. A resposta a estas perguntas não era fácil.
Mesmo com toda a evolução técnico-científica havida, as mais importantes questões, as perguntas fundamentais não encontraram resposta. De onde viemos? Para onde vamos? Ninguém sabe, ou pelo menos ninguém consegue convencer a maioria que sua teoria é melhor que qualquer outra e freqüentemente a maioria não consegue convencer o autor da teoria de que ela é pior que qualquer outra. As várias teorias tem um consenso em torno de um único ponto: Todas os acontecimentos neste universo tem um porquê mas nenhuma delas concorda em qual seja esse porquê.
– Bom! Já concordamos em que a vida deve, se é que existe, ter migrado para cá, visto que o sistema é muito jovem para suportar o desenvolvimento da vida. A julgar pêlos dados colhidos a estrela não pode ter mais que uns milhares de anos e não permanecera na seqüência principal por mais que outros inexpressivos milhares.
Crauck’s concordou com um movimento de cabeça. Ele tinha um pressentimento sobre o rapaz. Sentia que era alguém com quem poderia contar em qualquer situação.
– Comandante… – continuou o jovem excitado com os pensamentos – levando isso em consideração podemos esperar encontrar qualquer coisa lá embaixo, pois todas as possibilidades são plausíveis num lugar como este.
– Eu particularmente não creio que venhamos a encontrar estranhas formas de vida aqui.
Talvez uma antiga colônia anterior aos tempos da Confederação e do Império, mas acho isso altamente improvável; afinal não a notícias de nenhuma viagem de colonos a esta região. Deve ser mesmo é um posto avançado imperial! – concluiu o velho comandante fazendo um gesto inconsciente de desapontamento entre fechando os olhos e levantando as sobrancelhas.
A discussão estendeu-se ainda por algumas horas sem levalos a nenhuma conclusão.