DO-IN, conhecendo a técnica

1 – Conceito

Desenvolvida na China há aproximadamente 5000 anos, o Do-In é uma massagem que está relacionada com a energia do corpo. Pela sua teoria, a saúde está relacionada com a condição energética de nosso corpo e dos órgãos. Se essa energia não circula devidamente, ficando estagnada, gera doenças.

Se houver deficiência de energia, é sinal de que a atividade de determinado órgão está baixa. Se ao contrário, o órgão projetar uma hiperatividade, é porque há excesso de energia. Em geral, os sintomas deste excesso são dor, inflamação, contração e aquecimento. Já os sintomas de falta são: hipotensão (pressão baixa), flacidez, suor frio e inchaços.A volta do equilí­brio, depende de um movimento especí­fico para cada órgão afetado. Essas massagens, que tonificam ou sedam o meridiano correspondente, amenizando os sintomas, são feitas com fricções, pressão dos dedos.

2 – Técnica do Do-In

Definição:

Ao contrário do que se possa imaginar, o termo Acupuntura não se limita no Oriente, a designar a técnica terapêutica que utiliza agulhas aplicadas nos pontos sensí­veis dos meridianos chineses de energia. Por se tratar da cultura oriental que mais vigorosamente atingiu os povos do Ocidente, a terminologia que prevaleceu foi a adotada no Japão. Lá as técnicas medicinais de origem chinesa recebem o nome de Kampo e se subdividem em quatro áreas a saber:

1 – Acupuntura (Chen chiu, Tien chiu, Shinkiu, etc..)
2 – Moxa (termoterapia)
3 – Shiatsu (Do-ln)
4 – Anma (massagem semelhante í  massagem ocidental)

No ocidente, essas técnicas foram encaradas como segmentos terapêuticos distintos e receberam diferentes designações como segue:

Acupuntura:

Esse termo é usado para designar exclusivamente a utilização de agulhas aplicadas nos pontos meridianos chineses de energia com objetivos terapêuticos. Atualmente completamente isolada das outras três técnicas a acupuntura tem sido ensinada em universidades ocidentais como alternativa í  medicina alopática tradicional. O termo acupuntura deriva dos termos latinos acus = agulha e punctus = puncionar, perfurar; portanto literalmente acupuntura significa perfurar com uma agulha.

Moxabustão:

Termo usado para designar uma técnica terapêutica que se vale do calor obtidopela queima de cones, varetas ou aglomerados de folhas secas de Artemí­sia (conhecida como moxa no Japão) para tratamento de diferentes afecções, principalmente as algias. O termo moxa em japonês significa erva-pai (mo = erva, xa = pai), numa sutil referência í  disciplina paterna que embora í s vezes dolorosa é útil para corrigir comportamentos inadequados do filho.

Digitopressura:

Nome que se dá í s diferentes técnicas que utilizam a pressão dos dedos sobre os pontos energéticos como recurso terapêutico. A origem filológica do termo também é latina, a saber: digitus = dedos, pressum = comprimir. Termos tais como digitopuntura (perfurar com os dedos) e acupressura (pressionar com agulha) são completamente incoerentes. O termo japonês shiatsu também significa digitopressura (shi = dedo, atsu = pressão) e, segundo Toku Shiro Namikoshi, fundador da Nippon Shiatsu School, tem origem chinesa e se distingue do Do-In apenas porque acrescentou í s pressões terapêuticas, movimentos da massagem tradicional (anma) e deslizamentos e puxões tí­picos das técnicas de tração fisioterapêutica.

Massagem Terapêutica: a técnica anma, semelhante a outras técnicas de origem sueca, é conhecida no ocidente simplesmente como massagem terapêutica ou fisioterapia.
A Digitopressura Do-In é uma técnica de massagem de origem chinesa que visa a preservação ou recuperação da saúde, através da pressão exercida com os dedos sobre os pontos de acupuntura.

Em chinês o Do-In é mais conhecido como Tui-ah ou Tui-nah e reúne técnicas ancestrais de massagem terapêutica que se originaram em distintas épocas da história chinesa.

3 – Vantagens do Do-in:

– Simplicidade: os únicos equipamentos necessários são as agulhas (no caso da acupuntura), os cones de artemí­sia (no caso da moxa) ou os dedos no cada do Do-In.

– Facilidade: as técnicas e as teorias são extremamente fáceis, tanto para se aprender quanto para se aplicar.

– Eficácia: na maioria das afecções o efeito é instantãneo e duradouro.

– Ausência de efeitos colaterais.

– Economia: dispensa o uso de medicamentos e diminui a duração da convalescência.

-Versatilidade: devido í  ausência de equipamentos sofisticados pode ser utilizada em quaisquer circunstãncias ambientais.

Veja abaixo alguns exemplos de pontos para dores na fronte e nuca. Os pontos marcados com vermelho servem para dor na fronte, azul na nuca, verde ocipital e amarelo temporal. O Shiatsu, tal qual a acupuntura usa centenas de pontos. Porém somente mostrarei o mapa da planta do pé.

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O Do-In é um complexo sistema de autotratamento que reúne o que há de melhor e mais acessí­vel nas práticas de mobilização energética chinesas. Guiado pela perspectiva taoí­sta do refinamento espiritual, o DO-IN, mais que um método de prevenção e correção de enfermidades, é uma saudável proposta que visa resgatar da passividade o mais importante personagem da cena terapêutica: o paciente. Através do diálogo táctil com o próprio corpo o praticante, geralmente buscando consumir superficial e instantaneamente uma nova técnica, é surpreendido pela constatação de que cada um de nós é naturalmente dotado do poder de reagir e restabelecer os desequilí­brios que nos afligem. Ainda mais importante que eliminar uma dor ou promover o bem estar usando as próprias mãos, é a constatação de que a cura é um processo em grande medida autogerado. Seu sucesso envolverá sempre, em maior ou menor grau, a participação ativa da própria pessoa em última análise, o verdadeiro autor da doença. A consciência de que cabem ao sujeito as primeiras iniciativas nos cuidados com sua saúde, o permite avaliar com mais clareza suas possibilidades e limitações pessoais. A partir daí­, a decisão de quando buscar ajuda externa pode ser determinada de forma mais abalizada e responsável. Mas não é apenas ao leigo que o Do-In se dirige. Ao promover a canalização energética, suas técnicas se mostram igualmente valiosas como preparação para o trabalho terapêutico com energia. E, como se norteia pela sofisticada perspectiva da psicossomática chinesa, sua investigação teórica permite um facilitado ingresso ao simbolismo do corpo, induzindo ao conhecimento de outros mapeamentos bioenergéticos, com seus pontos de contato e intersecções.

* Meridianos:

Na medicina chinesa a Energia é a essência de to
das as coisas, a primeira manifestação do universo sensí­vel. Esta energia – Chi, para os orientais – resulta da combinação de duas forças opostas – Yang, ativa ou positiva e Yin, passiva ou negativa – que surgem continuamente do Tao, a Unidade Primordial, origem do universo de pluralidades. Yang e Ying, os dois princí­pios antagônicos da Unidade se juntam pela força de atração dos opostos em combinações variadas e criam a energia, que se condensa formando a matéria e todas as concreções fí­sicas.

A energia Chi desloca-se, no ní­vel subcutãneo, através de linhas preferenciais denominadas meridianos. Esses canais imateriais conduzem a energia diferenciada em variadas combinações Yin-Yang, cujos fluxos se intercambiam alternante e complementarmente no corpo, constituindo um sistema responsável pela defesa, regulação e ressonãncia do organismo em relação í s influências cósmicas. Saúde implica, em primeiro lugar, na circulação adequada da força vital através de canais livres e desimpedidos.

Cada meridiano é formado por um número determinado de pontos que transmitem a energia em sentido e ordem sempre constantes. Existem vários tipos de meridianos conforme a função que desempenham, sendo 14 considerados importantes – 12 meridianos principais e 2 meridianos extras. Os demais destituí­dos de pontos próprios são os meridianos virtuais que somente se manifestam nos estados patológicos e os meridianos de ligação denominados Vasos Secundários.

* Meridianos principais:

São pares e simétricos; cada meridiano representa um órgão ou unidade funcional que com ele se liga por meio dos vasos secundários. Nas extremidades todos os meridianos principais se interligam formando a Grande Circulação de Energia. São constituí­dos de:

– 6 meridianos Yin (condutores de energia com predominãncia da força Yin) correspondentes aos órgãos de elaboração, que transformam os elementos externos em energia e sangue => Pulmões, Baço-Pãncreas, Coração, Rins, Fí­gado e a função Circulação-Sexo;

– 6 meridianos Yang (condutores de energia com predominãncia Yang) correspondentes aos órgãos que controlam a purificação e a circulação do sangue e da energia no organismo => Intestino Grosso, Estômago, Intestino Delgado, Bexiga, Vesí­cula Biliar e a função Triplo-Aquecedor.

* Meridianos extras:

São í­mpares e passam pelo centro do corpo. Interligam-se formando a Pequena Circulação de Energia, um sistema regulador destinado a manter o equilí­brio energético da Grande Circulação. Os dois meridianos extras são: Vaso da Concepção e Vaso Governador.

4 – Pontos de Energia

Todas as práticas chinesas incluem, diretas ou indiretamente, o trabalho de desbloqueio dos pontos de energia. Localizados abaixo da pele, esses vórtices energéticos transmitem o chi através de linhas preferenciais que se inscrevem no corpo numa topografia precisa. Ou seja, essas linhas ou meridianos, resultam de interligação ordenada dos pontos entre si, e cada meridiano dispõe de um certo número invariável de pontos. O meridiano é um trecho ao longo do circuito energético, uma faixa de representação fisioenergética com estreitas conexões com o órgão material que lhe dá o nome. Alinhados verticalmente no território somático, 309 pontos, duplicados nos dois lados do corpo, se interligam formando a Grande Circulação de Energia – a cadeia dos 12 meridianos principais. Acrescidos dos 52 pontos pertencentes aos 2 meridianos í­mpares da Pequena Circulação, tem-se 670 pontos denominados pontos de meridianos. Além desses, um grande número de pontos extrameridianos, pontos dos microsistemas da orelha, do nariz, das mãos e dos pés completam um total de cerca de 1000 pontos conhecidos e utilizados nas terapias chinesas.

O que de fato ocorre quando da estimulação dos pontos – com agulhas, calor ou pressões – é algo que somente a perspectiva energética chinesa esclarece. Mas os pontos não se nivelam em importãncia. Cada um deles tem seus efeitos e indicações especí­ficas, embora aqueles que pertencem a um mesmo meridiano apresentem efeitos terapêuticos muito semelhantes. Basicamente todo ponto tem propriedades locais e sistêmicas mais ou menos pronunciadas. O efeito local refere-se a uma contingência anatômica: independentemente do meridiano a que pertence, um ponto irá influir na área do corpo onde se localiza. Sua estimulação promove o descongestionamento local, beneficiando afecções da estrutura e ainda influindo nas disfunções de um órgão que se localiza naquela região. A ação sistêmica é mais abrangente: por diferentes motivos, um ponto terá relações especí­ficas com certas funções pertinentes ao seu meridiano; sua estimulação trará subsí­dios para a regularização da função alterada.

 

 

5 – Perí­odo de cada meridiano:

03 – 05: Pulmão
05 – 07: Intestino Grosso
07 – 09: Estômago
09 – 11: Baço-Pãncreas
11 – 13: Coração
13 – 15: Intestino Delgado
15 -17: Bexiga
17 -19: Rins
19 – 21: Circulação-Sexo
21 – 23: Triplo-Aquecedor
23 – 01: Vesí­cula-Biliar
01 – 03: Fí­gado

6 – Diagnose e prevenção

Nos desequilí­brios orgãnicos as áreas, meridianos e pontos correspondentes se tornam doloridos; antes que o mal se manifeste somaticamente podemos detectar e tratar este desequilí­brio ainda ao ní­vel de energia.

7 – Tratamento Especifico:

Técnicas especí­ficas (tonificação e sedação) permitem reforçar ou acalmar o funcionamento dos órgãos internos; manter o tônus energético e impedir que a energia fique cronicamente bloqueada em certas áreas do corpo.

8 – Primeiros Socorros:

Isoladamente, cada ponto tem um raio de ação especí­fico, de forma que seu estí­mulo interfere significativamente em determinados distúrbios orgãnicos. Assim, para cada distúrbio há um ou mais pontos que, corretamente pressionados produzem resultados altamente benéficos, tais como o alí­vio de dores e de outros desconfortos.

9 – Autoconhecimento

Desde o nascimento o toque – tocar e ser tocado desempenha uma importante função de conhecimento e comunicação.

Através do DO-IN – o diálogo com o próprio corpo – fazemos a topografia da dor. Dor ou insensibilidade revela energia reprimida, bloqueada, impedida de manifestar suas funções vitais. O conhecimento das áreas estratégicas de correspondências orgãnicas conduz a uma maior interação com o próprio organismo e í  possibilidade de atender í s necessidades dos órgãos pela vitalização dessas áreas de reflexo. Aumentando a sensibilidade do organismo, energias-alimento de nossa intuição – são igualmente melhor recebidas, reconhecidas e utilizadas. Resulta um melhor equilí­brio do corpo e de todas as funções orgãnicas, psí­quicas e espirituais.

10- A prática de Do-in

Após o aprendizado da técnica, a prática de Do-in consiste:

– Na prática diária preventiva, de 7 minutos.

– Na aplicação do Do-in em situações emergenciais (3 a 7 minutos de aplicações ).

– No tratamento de saúde, com aplicação de Do-in em pontos
especí­ficos para cada caso, duas vezes ao dia, durante o tempo do tratamento.

– Na prática de relaxamento, cuja seqí¼ência dura 7 minutos.

Os resultados da prática

– A aplicação do Do-in em situações emergenciais tem resultados instantãneos. Em geral, de 7 a 10 minutos após a aplicação, o quadro apresenta melhoras.

– Os resultados do tratamento de saúde feitos através do Do-in são muito animadores. Os sintomas regridem após algumas aplicações e, mantendo-se a sua regularidade, verifica-se que a causa é eliminada. As aplicações são feitas pela própria pessoa.
– Como prática preventiva, agindo na profilaxia de doenças como o stress, o Do-in tem se revelado extremamente potente. As pessoas que praticam regularmente o Do-in adoecem menos, manifestam mais vitalidade, equilibram suas emoções e percebem suas mentes mais claras e lúcidas.

– Ao se tocar durante a prática, a pessoa entra em contato com todo seu potencial de auto-estima, de cuidados para consigo e de a consciência de si mesmo.

MigX

Engenheiro, funcionário público, metido a escritor e ilustrador... Publicou na Quark, Scarium e e-nigma. Membro fundador da Oficina de Escritores, vem tentando sua própria jornada do herói na vida, e a viagem do escritor, nos blogs e na OE.

13 thoughts on “DO-IN, conhecendo a técnica

  • 1 de julho de 2007 at 13:31
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    gostei mt da explicaçao dada,bastante clara!!obrigada

    Reply
  • 2 de julho de 2007 at 10:50
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    Eu é que agradeço.
    í‰ difí­cil os leitores deixarem um comentário.
    Obrigado e volte sempre ao nosso blog e ao site.

    Reply
  • 1 de abril de 2008 at 16:24
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    Muito esclarecedor, o seu texoto, por favor entre em contato para que possamos, trocar idéis.desde já muitoobrigada…..até breve!

    Reply
  • 29 de abril de 2008 at 12:15
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    gostei de sua explicacao muito obrigado

    Reply
  • 7 de maio de 2008 at 00:45
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    Valeu galera. Obrigado.
    Rose, como entro em contato?

    Reply
  • 27 de maio de 2008 at 09:55
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    Considero q essa pratica seja mesmo mto eficaz e excelente ao combate de doenças e dores, entretanto, após ler um livro sobre o assunto e fazer uma sessão de do-in, no dia seguinte acordei com muita dor no quadril, penso q foi devido ao ponto q há em cima do peito do pé, onde senti forte dor ao pressionar e agora esta inchado, alguem poderia me explicar o q pode ter acontecido? grata.

    Reply
  • 11 de junho de 2008 at 20:31
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    Como já se passaram uns dias, poderia dizer como foi o desenvolvimento?

    Reply
  • 15 de agosto de 2008 at 11:37
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    O pior é que é verdade.
    Baixei no emule, achei interessante e coloquei no blog.
    Me desculpe.

    Reply
  • 16 de agosto de 2008 at 13:40
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    Olá…vc conhece alguém que trabalhe nessa area q more em sp?

    Reply
  • 28 de agosto de 2008 at 11:56
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    precisei do mapa dos meridianosdos pés para massagear minha mãe , comprei pra ela um livro de reflexologia mas a posição dos órgãos está um pouco diferente e um pouco confusa , difí­cil . O mapas de vcs tá bem legal , só que não consegui imprimir só o mapa . a página deveria permitir o recorte para quem navega mal , falou ? obrigada .

    Reply
  • 28 de agosto de 2008 at 11:57
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    em tempo : estão convidados pra conhecer o acampamento . podemos fazer um work shop

    Reply

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